Reverendíssimo Senhor Reitor Pe. Valter Magno de Carvalho em nome de quem cumprimento todos os reitores, O bispo de da Diocese de Divinópolis e demais padres presentes.
Reverendíssimo Diretor Geral Pe. Vander Sebastião Martins em nome de quem cumprimento todos os demais diretores, coordenadores, docentes, colaboradores e ex-aluno presente.
Dirijo saudações especiais ao Cônego Pe. Lauro Sérgio Versiani Barbosa Patrono dos formandos - Reitor que oportunizou minhas atuações na Arquidiocese de Mariana - em nome de quem saúdo todos os demais presentes.
Queridos Alunos,
O
presente se torna fecundo quando na tessitura do vivido, conseguimos rever os
passos da nossa caminhada pessoal e coletiva, e ao fazer essa retrospectiva, perceber,
sentir que somos metamorfoseados pelos encontros e desencontros, pelas dores e
alegrias, pelos desafios e conquistas do viver. O que nos permite agora,
revisitar nossa memória e interioridade para juntos tornar esse tempo e espaço
em um ato mais que solene; CELEBRATIVO.
É
com gratidão que ocupo nesse momento, o espaço em que me colocaram quando o
convite para ser paraninfa chegou com a afirmativa de que “somos responsáveis por aquilo que
cativamos”, mas também é com certa inquietação sobre a importância da
representatividade deste “estar com”, que nesse presente, deve tocar e preencher
o receptáculo existencial do coroamento de uma longa caminhada, que pretendo deixar
as palavras encontrar formas de reverberação (prometendo ser breve). Afinal,
estamos aqui nessa cerimônia para fechar um ciclo onde o adeus já gesta saudades
e o novo porvir gera ansiedades, expectativas diante do que ainda irá se descortinar,
exigindo respostas mais que bem elaboradas, regadas pelo germe da transformação que elege o bem.
O
que requer de nós a internalização da profundidade apresentada no aforismo
grego “Conhece-te a ti mesmo.” A
amplificação da consciência sobre o que nos afirma o “homem” Jung: “Ninguém se
torna iluminado por imaginar figuras de luz, mas sim por tornar consciente a
escuridão.” Essa, é talvez a junção mais exigente desse caminhar, pois o que
nos constitui como ser humano é justamente o que exige de nós superações, luta
com os contrários, domínios emocionais, ética pessoal e profissional, amor para
com o que escolhemos ser. No entanto, elas, as “sombras/projeções” aparecem
clamando para que no árduo exercício do autoconhecimento sejam ressignificadas,
levando-os à conquista do autodomínio. Lugar atingido não pela busca da
perfeição, não só pelas orientações filosóficas adquiridas durante os três anos
de inserção no espaço acadêmico, mas pela incansável intencionalidade de
encontrar inteireza naquilo que nos realiza enquanto participes da humanidade. Portanto,
todo despertar requer coragem, força para lidar com nossas pulsões de vontade, fome,
poder, sexualidade, etc; humildade para não nos esquecer de que somos húmus,
compaixão para não imputar ao outro nossos devaneios; abertura para entregar-nos
a cada amanhecer à arte do aprendizado.
E
como eternos aprendizes se torna aqui importante salientar que tivemos o privilégio
de nascer em um seio familiar que com amor nos regou, nos inseriu no
aprendizado dessa tríade relacional regida pelo: (eu) subjetividade, (nós) espaço
social e o (Tu) dimensão espiritual. Aquele que nos amou primeiro, nos insere
nessa jornada do existir em um âmbito maternal, paternal, acolhedor. Ao exemplo
da sua família de Nazaré. Então, aos nossos pais, presentes ou in memoriam, nossa eterna gratidão por
tornar esse momento possível, principalmente quando na arte do educar,
estenderam em um ato de confiança, seus filhos, aos primeiros mestres e agora
aos colaboradores, professores da FAM, formadores das dioceses de pertença e da
Arquidiocese de Mariana. Onde todos têm a missão de ajudá-los - também através
do testemunho de vida - a retroalimentar esse sim, que segue trajetórias até
que possa culminar na entrega ao sacerdócio.
Rever
essa caminhada: encontros vocacionais, propedêuticos, conhecimentos filosóficos,
momentos de oração, atuação em pastorais, missões, convivência comunitária,
etc. São os elementos que no agora pode levá-los a deslumbrar a teologia, cumprindo
conscientemente o processo de individuação, onde a concretização do que nos
torna unidos é percebida na arte do tornar-se
aquilo que se é como resposta ao chamado, desse breve existir, que nós,
humanos recebemos e temos como dever dar respostas que consigam internalizar o
TU.
O
que requer o reconhecimento de que nessa dança apresentada pelo mundo de
infinitas possibilidades, vamos cumprindo etapas e são elas que permitem que,
em um determinado momento, o cumprimento de algo maior em nós se cumpra. Mas
até que este momento chegue nossa consciência ainda encontra-se guiada por
tonalidades afetivas, o que às vezes, nos impossibilita de relacionarmos com o Unus Mundus com leveza e inteireza.
E
para encerrar, é com a certeza de que Deus continuamente nos acolhe neste dinamismo
existencial, que desejo que vocês continuem abertos para o conhecimento
intelectivo, para o autoconhecimento e para o autêntico reconhecimento do
outro. Que não se esqueçam de contemplar o belo e que ainda em vida, façam um
encontro fecundo com o Amor Maior. Como intuiu um dos maiores fundadores da
mística ocidental, Santo Agostinho: “nosso coração está inquieto enquanto não
descansar em Deus.” Mas até que esse momento a nós chegue, que o presente seja
sempre nosso ato celebrativo, nosso encantar-se pelos mistérios de Deus. E que o cultivo do silêncio, a poesia, a
música, os perfumes da natureza, a arte de tornar-se si mesmo, lhes traga o
reconhecimento de uma amorosa pertença e a certeza de que somos importantes tecelões,
nessa infinita construção por um mundo melhor.
Como
“toda transformação da consciência espiritual depende do coração.” Que a
sapiência de Santo Agostinho nos envolva no carinho do abraço, na certeza do
novo que os espera para um dia chegarmos a experienciar algo maior como ele nos
ensina em seu poema/orante:
Tarde Vos amei,
ó Beleza tão antiga e tão nova,
tarde Vos amei!
Eis que habitáveis dentro de mim,
e eu, lá fora, a procurar-Vos!
Disforme, lançava-me sobre estas formosuras que criastes.
Estáveis comigo e eu não estava Convosco!
Retinha-me longe de Vós
aquilo que não existiria,
se não existisse em Vós.
Porém, chamastes-me,
com uma voz tão forte,
que rompestes a minha Surdez!
Brilhastes, cintilastes,
e logo afugentastes a minha cegueira!
Exalastes Perfume:
respirei-o, a plenos pulmões, suspirando por Vós.
Saboreei-Vos
e, agora, tenho fome e sede de Vós.
Tocastes-me
e ardi, no desejo da Vossa Paz
ó Beleza tão antiga e tão nova,
tarde Vos amei!
Eis que habitáveis dentro de mim,
e eu, lá fora, a procurar-Vos!
Disforme, lançava-me sobre estas formosuras que criastes.
Estáveis comigo e eu não estava Convosco!
Retinha-me longe de Vós
aquilo que não existiria,
se não existisse em Vós.
Porém, chamastes-me,
com uma voz tão forte,
que rompestes a minha Surdez!
Brilhastes, cintilastes,
e logo afugentastes a minha cegueira!
Exalastes Perfume:
respirei-o, a plenos pulmões, suspirando por Vós.
Saboreei-Vos
e, agora, tenho fome e sede de Vós.
Tocastes-me
e ardi, no desejo da Vossa Paz
A todos, Paz e Bem!
GRATIDÃO PELO CARINHO DE SEMPRE, PELOS MIMOS DA FORMATURA!
Que a Santa Eucaristia aqueça seus caminhos....
COLAÇÃO
Madrinha
Colaboradora Homenageada: Mercedes


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