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O Milagre nós não vemos, basta fé no coração..."



"O Milagre nós não vemos, basta fé no coração...”
 São Tomás de Aquino


Texto: Emanuel Tadeu Dias Teixeira
Seminarista da Arquidiocese de Mariana | MG
3º Período de Filosofia



Sinos tocando, tapetes nas ruas de diversos desenhos e tamanhos, panos colocados nas janelas, esses e outras inúmeras expressões lembram-nos a Solenidade de Corpus Christi, uma das mais belas festas da nossa Igreja Católica e na qual o próprio Cristo sai às ruas para ir abençoando o povo e demonstrando que realmente está presente na Eucaristia. Ao ver tanta demonstração de fé e amor a Jesus Eucarístico será que sabemos realmente de onde veio tamanha festa?

Para compreendermos esta Solenidade devemos voltar em 1208, quando uma jovem monja chamada Juliana (Santa Juliana de Mont Cornillon) teve uma visão de um disco branco, mas que tinha um lado obscurecido. Após intensa oração foi revelado para ela que aquela “lua” simbolizava a Liturgia da Igreja e que a parte escura significava que faltava uma festa para o Santíssimo Sacramento dentro do calendário litúrgico.

Depois de alguns anos, mais precisamente 1264, A Igreja sofria com inúmeras heresias quanto a real presença de Jesus na Eucaristia, as chamadas heresias eucarísticas, e isto gerou muitos questionamentos no coração de muitas pessoas daquela época, inclusive de sacerdotes. Entre eles estava um sacerdote de Boemia, na Alemanha, chamado Pedro, o qual apesar de ser muito piedoso estava sendo atormentado por essas incertezas e por isso mesmo foi a Roma para pedir diante do túmulo de São Pedro e São Paulo o dom da fé. Na volta de sua viagem, ele parou em Bolsena e foi lá no meio de uma Celebração Eucarística realizada na Igreja de Santa Cristina que ao levantar a Hóstia, dela jorrou sangue no corporal, na toalha e nas pedras do altar. Aquele padre ficou assustado, mas logo compreendeu que Deus havia atendido seu pedido e acreditou realmente na presença de Jesus na Eucaristia com uma fé viva. O Papa da época chamado Urbano IV que estava em Orvieto, próximo a Bolsena, sabendo do ocorrido mandou levar para ele aquelas preciosas relíquias e ele mesmo junto com os cardeais saiu de encontro a elas. Na ponte do Rio Claro, hoje atual Ponte do Sol, o Papa encontrou com o bispo que trazia o corporal ensanguentado e ao abri-lo mostrou aquele supremo milagre, no mesmo instante todos se ajoelharam e adoraram a Jesus. Depois ele foi guardado na Catedral de Orvieto. Esse milagre foi de grande importância para que se proclamasse no dia 11 de agosto de 1264 a bula “Transiturus”, a qual instituiu para toda Igreja a Solenidade de Corpus Christi, a Sublime Festa do Santíssimo Sacramento. 

A Solenidade do Corpo de Cristo foi como se viu um sinal dos céus de que Jesus está realmente presente na Eucaristia e que permanece conosco sempre até os fins dos tempos. Sua presença é o que nos conforta e seu Corpo doado a nós é alimento que dá força para vencer as tantas tribulações que enfrentamos diariamente. Tenhamos a certeza de que temos um Deus de muito amor o qual se entrega a todo o momento por nós sem nunca cobrar nada, apenas se revela por amor. A Grande Solenidade de Corpus Christi deve representar para nós católicos um momento único de demonstrar nossa fé publicamente, em Jesus, presente na Sagrada Eucaristia e crermos realmente que Ele está presente ali na Hóstia consagrada, sendo assim, rezemos juntos com Santo Afonso de Ligório esta profunda oração:

Meu Jesus, eu creio que estais presente no Santíssimo Sacramento.
Amo-vos sobre todas as coisas e minha alma suspira por vós, mas como não posso receber-vos agora no Santíssimo Sacramento, vinde ao menos espiritualmente ao meu coração.
Abraço-me convosco como se já estivésseis comigo: uno-me convosco inteiramente. Ah! Não permitais que torne a separar-me de vós!
Ó Jesus, sumo bem e doce amor meu, vulnerai e inflamai meu coração, a fim de que esteja abrasado em vosso amor para sempre. 
                                                        Amém

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